Olhando da piscina, e de quase todo o terreno, vê-se a Serra de Sintra. No cimo desta, ergue-se um palácio colorido. O que é hoje um dos monumentos mais visitados de Sintra e de Portugal, foi outrora uma capela, construída na Idade Média, dedicada a Nossa Senhora da Pena.
BREVE HISTÓRIA
Em torno da capela foi construído um mosteiro que durante séculos foi um local de culto tranquilo. O terramoto de 1775 reduziu o mosteiro a ruínas – e assim permaneceu até que o Rei Consorte D. Fernando II o comprou e as terras circundantes, incluindo o Castelo dos Mouros, e o mandou construir em estilo romântico pelo Barão von Eschwege.
A construção demorou 12 anos, o palácio foi decorado pela Rainha Maria e tornou-se a residência de verão da família real. Após a morte da rainha, o rei Fernando voltou a casar e, após a sua morte, o palácio deixou de estar nas mãos da realeza. Mais tarde, o Rei D. Luís comprou-o de volta à viúva do seu pai para que a família real pudesse continuar a residir nele. Em 1889, a última rainha de Portugal, D. Amélia, vendeu o palácio ao Estado por falta de dinheiro da família real. Em 1910, o Palácio Nacional da Pena foi declarado Monumento Nacional. Os 200 hectares de terreno florestal foram simultaneamente transformados no Parque da Pena, com muito cuidado e atenção. Foram encomendadas árvores exóticas de todo o mundo, incluindo sequóias da América e camélias do Japão.



O PALÁCIO tem tudo o que um castelo de conto de fadas precisa: ponte levadiça, torres, muralhas, ameias, cúpulas, gárgulas, tudo numa variedade de cores pastel.
À noite, o Palácio ilumina-se. Como o ponto mais alto atinge 529 metros, as nuvens baixas cobrem muitas vezes o palácio, que parece estar a arder quando as luzes se desprendem das nuvens. O palácio colorido é frequentemente apresentado em capas de livros e filmes e é um dos monumentos preferidos dos nossos hóspedes.
O que o torna tão agradável de visitar é o facto de parecer que alguém ainda lá vive: as camas estão feitas, as mesas estão postas, há roupa pendurada e pequenos objectos no local. Vemos as casas de banho e até passamos pela cozinha. Também é interessante ver os trabalhos de restauro: como o palácio não foi encerrado durante as obras de restauro, os visitantes podem admirar os homens e as mulheres que trabalham diligentemente nas paredes e nos móveis.
O PARQUE é fabuloso. A organização Monte da Lua, Parques de Sintra cuida do palácio e dos seus terrenos, e fá-lo muito bem. O parque é verdadeiramente um conto de fadas: uma floresta mágica com lagos, cisnes brancos, cisnes negros, caminhos sinuosos, pequenas quedas de água, pontes, espécies raras de flores e árvores… Perto do jardim dos fetos da rainha, há um sítio onde uma pessoa que conheço jura ter visto fadas. Eu não vi, mas é verdade que, se eu fosse uma fada, era ali que gostaria de viver!

COMO LÁ CHEGAR
Existem duas entradas para o Palácio, o portão principal e os portões do parque. Se não gostar de andar um pouco a pé, deve entrar pelos portões principais, pois há um pequeno autocarro (pago) que o leva lá acima. Mas se conseguir andar um pouco, vale a pena entrar pela entrada do parque. A ida direta para o palácio a partir da entrada do parque demora cerca de 15 minutos, mas a maioria das pessoas gosta de ficar no parque um pouco mais.
A subida da montanha pode ser feita de várias formas: pode ir a pé, de bicicleta, apanhar o autocarro 434, um táxi ou um Uber. Do centro da cidade, por estrada, são cerca de 3-3,5 kms.
Utilizando os caminhos pedonais, a partir da Casa do Valle, demora cerca de 45-60 minutos até aos portões do parque (embora muitos demorem mais tempo, pois param para tirar fotografias e apreciar as vistas pelo caminho). Se esta for a sua opção, não se esqueça de nos pedir instruções para encontrar os melhores caminhos. Temos mapas em papel com instruções escritas, bem como uma APP para caminhadas em formato digital.
O autocarro (n.º 434) é para aqueles que têm um estômago forte e grandes nervos – aqueles que se enjoam facilmente ou que não gostam de esperar devem evitar esta opção devido às estradas sinuosas e a um autocarro facilmente cheio. No verão, mesmo que haja 3 ou 4 autocarros por hora, poderá ter de esperar muito tempo pelo autocarro – o trânsito torna os autocarros mais lentos e, muitas vezes, estão demasiado cheios para caber toda a gente.
Se vier a Sintra com o seu próprio carro, saiba que não é permitido subir a serra com carros particulares. Deve deixar o seu carro num dos parques de estacionamento periféricos e apanhar um transporte gratuito para a estação ou para a vila, e depois escolher a forma que preferir para subir: a pé ou de transportes públicos.
Algumas notas finais:
- No verão ou no inverno, está sempre fresco na montanha, pelo que vale a pena levar uma camisola de manga comprida.
- Planear com antecedência: se quiser ir também ao Castelo dos Mouros, compre um bilhete combinado para poupar dinheiro. Mesmo que não possa ver os dois no mesmo dia, o bilhete é válido durante um mês.
- Existe um café e um restaurante no Palácio.
- Não é permitido fotografar no interior, mas é fácil “perder-se” com a fotografia no parque.
Esta é uma entrada no blogue da série “in our view” – pequenas histórias das coisas que se vêem à nossa vista, do jardim, da piscina, dos quartos.